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segunda-feira, 2 de abril de 2007

Lulinha em momento eleitoral

LULA, ELEIÇÃO, JK, CONTO DE FADAS...

Adentrando em ano eleitoral, nos deparamos com uma avassaladora máquina de propaganda que traz a público, um mundo fantasioso de realizações, projetos e obras, muitas obras, onde uma vistoria de qualquer autoridade (!) se torna um evento para discursos e encaminhamentos para as eleições.
Enquanto Jose Dirceu, Marcos Valério e outros políticos da cúpula petista tomavam conta dos noticiários, o ilustre presidente e sua cúpula ruída escondiam-se da mídia investigativa, sempre colocando para a população que a estrutura brasileira era delicada e instável. Com a ajuda da mídia e do calendário, Natal, Final de Ano, férias, em breve o carnaval, o já televisivo BBB6, o governo contra atacou com pagamento integral da dívida externa junto ao FMI, reforma nas estradas do país, e uma desvinculação total da figura presidencial com o PT.
Mas, ao mesmo tempo, vemos Lula começando a ditar as regras do jogo eleitoral junto ao PMDB, partido clássico da política brasileira, que mais parece um grupo de meretrizes que se vendem por alguns cargos e segurança econômica dentro da planilha orçamentária nacional, é claro, a arrogância habitual de qualquer petista em época de campanha eleitoral.
Por enquanto falta ao Lula dizer com todas as letras por qual legenda irá se candidatar nas próximas eleições, pois depois do afastamento público, através de notas e discursos, que o distanciaram do seu partido, será que manterá sua legenda original que ajudou a fundar (ou afundar?).
O que podemos dizer do programa de controle de assiduidade de alunos e professores promovida pelo INEP, com propaganda em rede nacional, que, em troca da assiduidade, alunos e escolas terão algumas vantagens através de cartões magnéticos que provavelmente devem ter algum superfaturamento ou contratos irregulares que poderão promover a CPI do cartão magnético. O que não está claro é de onde vêm os recursos, que benefícios terão os estudantes e suas respectivas escolas.
O governo petista conseguiu em três anos o que FHC em oito anos e muitos outros presidentes não conseguiram. Porém, o mais ridículo é a síndrome JK que vem se instalando no meio político nacional. Lula vem desfilando como JK em inaugurações, Garotinho é mais explícito: quer ter um perfil que mescla Getúlio e JK, e a mídia incentivando esta síndrome através de série romantizada desse político que, através de seu egocentrismo, cavou, e fundo, o buraco da dívida externa nacional.
Não podemos esquecer das meretrizes do PMDB, que sem criatividade entram em cena se intitulando a opção para o Brasil. Infelizmente este partido de tantas lutas históricas no período ditatorial, entretanto, nos últimos anos só não abraçou o diabo: vendeu-se, corrompeu-se de todas as maneiras esquecendo as suas bases ideológicas iniciais. Pior, no seu quadro de integrantes a criatividade parece ter se encerrado: seus planos de governo são cópias baratas de planos de outros partidos, sejam eles de situação ou oposição.
Quanto mais se fala em moralização e valorização da classe política, mais pobre e mais ridícula é sua atuação frente à opinião pública e de forma descarada órgãos de imprensa apóiam este estilo de fazer política devido a interesses dessa classe. E o povo, e o eleitor pagador de impostos, onde fica diante deste cenário?
Educação manipulada, políticos de quinta categoria, partidos que mais parecem camarilhas organizadas e legislações que não prezam os interesses da nação. Com tudo isso é complicado achar uma fórmula para colocar este país nos trilhos, a não ser esperar por personagens de exceção que possam surgir dentro do turbilhão político brasileiro.
Como temos fatos e informações no cenário político nacional! É tanta coisa acontecendo junto que é quase impossível nossa população com seu nível precário de cultura histórica, política e de informação de mídia entender toda essa confusão criada para confundir o eleitorado, pois um eleitorado confuso acaba tendo memória curta e memória curta virou defeito dos cidadãos brasileiros, mas sejamos honestos, nossa política é porca. Nada ajuda ou colabora com as pessoas para entenderem ou se interarem da política nacional, a educação não faz seu papel, a mídia é manipuladora, os livros que a população tem acesso gratuito mais parecem gibis que não dizem nada e até a classe docente vem sendo castrada e orientada a não falar de política ideológica, ou seja, por estes motivos, podemos afirmar que estamos em pior situação que no tempo da ditadura militar de 64.
Nota-se, claro quem tem um pouco de discernimento, que o nosso país tudo é maquiado, tudo gira em torno de jogos de vaidade e interesses, falava-se tanto da tal democracia, coitada hoje nem se comenta mais, fala-se da liberdade de expressão, este governo que se dizia democrático e apoiador da liberdade das pessoas, constitucionalmente falando, é a favor das represálias e censuras que tanto criticou no passado, mas as represálias ou perseguições continuam existindo, pois o PT é perseguidor, censor e antidemocrático, onde democracia é só para os deles, liberdade no partido não existem então eles, os petistas não sabem o que é mesmo, e assim vai o Brasil, com um governo pseudo - socialista com fortes tendências liberais e carregada de ranços stalinistas burocratas que tenta de todas as maneiras incluindo as mais excusas, mostrar-se como perfeitos, idôneos e patriotas... Que piada!
Vivemos um coronelismo dentro dos partidos políticos, onde cúpulas de integrantes do mesmo transformam a militância em massa de manobra, com um discurso insistente que mais aparenta uma lavagem cerebral e que os maiores beneficiários é a cúpula que comanda. Mas estou falando no micro espaço, levando em consideração o macro estas praticas não muito éticas repercutem e influenciam uma grande população que devido suas necessidades de sobrevivência, ou seja, manutenção de seus gastos e investimentos, não tem tempo para aculturamento e acompanhamento do cenário político, deixando um vácuo onde estes antiéticos atuam com total liberdade, e o que seria um tema de discussão nacional com amplitude de reflexão se torna apenas mais uma breve manchete de jornal ou de algum noticiário televisivo oportunista e parcial.
Num país onde temos de sobra “tudo” é inadmissível que tenhamos que conviver com desperdícios de todas as espécies e que trazem prejuízos na maioria das vezes irrecuperáveis para a nação.
Cito alguns exemplos dos desperdícios que atribuo serem os piores vigentes em nosso país: financeiro, ecológico, patrimonial, cultural e humano.
O desperdício financeiro pode incriminar ou culpar os políticos que não renovam suas praticas administrativas achando que o dinheiro publico não tem fim, investem mal, maltratam literalmente as contribuições fiscais da nação, com obras que não acabam, projetos que não trazem benefícios para a maioria, mas para a megalomania dos políticos são essenciais para terem no seu currículo belas fotos das obras faraônicas que pretensamente poderão leva-los a uma reeleição.
O meio ambiente nacional sofre com a imprudência e a falta de vontade política de incentivar e desenvolver tecnologias alternativas ao petróleo utilizando nossas riquezas naturais para substituir os derivados de petróleo por fontes energéticas não poluentes, aproveitando o potencial eólico e hídrico do território e provando que mesmo capitalista, pode manter seu parque industrial com fontes energéticas alternativas e combatendo assim a premissa de que capitalismo e petróleo andam de mãos dadas. Mas o mais triste é saber que a principal fonte energética do país advindo da agricultura é extremamente mal distribuída e utilizada pelas pessoas, diariamente um percentual altíssimo de alimentos é desperdiçado das mais diversas formas, deixando uma grande fatia da população a mercê da fome. Mas a fome também já virou bandeira política, é com ela que políticos promovem campanhas que não se vê resultados dos recursos arrecadados, a não ser em algumas entidades assistenciais e com uma boa cobertura da imprensa que transforma uma simples doação em um espetáculo para promoção de algum personagem envolvido na ação.
O desperdício patrimonial é bastante amplo para de discorrer num breve comentário, patrimônio é um termo amplo, e vou me deter ao patrimônio cultural e humano desta nação que já foi chamada de futuro da humanidade. Difícil um país se constituir e se fortalecer vendo seus símbolos e passado, sejam de orgulho ou não, deteriorando e dependendo da iniciativa privada e organismos internacionais para serem restaurados e até cuidados da ação de vândalos ou simplesmente do descaso do governo e da própria população que não consegue discernir que este patrimônio é a base para uma identidade e auto-estima da nação.
Deixamos-nos levar pela fúria da especulação e consumismo que gira a maquina capitalista e que não respeita os significados do patrimônio cultural de uma nação, simplesmente apaga sem deixar vestígios às vezes até aos historiadores, e o resultado disso é um povo sem características, sem base cultural movido pelo consumismo descartável que nada tem a ver com distribuição de riqueza, ou seja, ter alcance aos confortos que o sistema capitalista promove e que seria um dos objetivos do sistema capitalista.
Mas levando em consideração todos estes elementos colocados neste texto, podemos encontrar varias soluções para os mais diversos problemas que nos assolam e não é de hoje é de muito tempo, talvez desde nosso achamento por Cabral, mas o que mais encontramos são interrogações do tipo até quando, quem será que..., mas como pode... E assim vai. Não gostaria de encerrar este texto de forma pessimista, nem demagógica, nem radical, mas serei objetivo em dizer que com partidos e políticos da estirpe petista não há futuro, com os ranços políticos coronelistas, paternalistas, assistencialistas e com a mídia segurando as rédeas do cenário político não vejo melhora em curto prazo, vejo talvez as transformações surgirem com uma revolução nacionalista, mas não me perguntem em que moldes, mas vejo progresso e avanço em todas as áreas através do sentimento nacional, do avanço cultural e tecnológico do povo que forma esta nação. Reforma política é pouco para nós que temos uma política que mais parece um queijo suíço de tanto furo que tem a mostra da opinião publica mundial. Mas já dizia o cidadão honesto e trabalhador: temos que acreditar e ter a esperança que um dia aconteça o que realmente tenha que acontecer e assim pararmos de viver com desilusões e decepções repetidas de quem não merece nem o nosso tempo gasto para executar o que é primordial numa democracia, o voto.



Marlon Adami
Professor de História Graduado pela Universidade de Caxias do Sul.
Pós Graduando em Ciências Políticas
Pesquisador das políticas totalitárias em relação ao Partido dos Trabalhadores.
Participou do movimento estudantil na Universidade de Caxias do Sul.
Filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Janeiro/Fevereiro 2006.

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